A HISTÓRIA DA CIDADE ADHEMAR

O bairro de Cidade Adhemar está localizado numa das extremidades da zona sul da cidade de São Paulo. Tem uma população estimada em 10 mil habitantes. Importante distinguir que esse bairro, que foi criado na década de 50, quando chácaras e sítios existentes na região começaram a ser loteados, tem um território bem menor e claramente definido pelos seus moradores, diferentemente do Distrito de Cidade Ademar, criado no final do século 20.

O bairro de Cidade Ademar é uma região de fronteira urbana – último território em que loteamentos regularizados foram implantados naquela região. Em geral os lotes possuíam uma medida padrão de 250 m², o que fez surgir um bairro dormitório, de famílias de classe média baixa, mas em que a grande maioria dos moradores era proprietária do seu imóvel. Com a expansão descontrolada da urbanização, vivenciada a partir do final da década de 60, surgiram os loteamentos clandestinos e as ocupações irregulares, que acabaram por cercar o bairro original.

Na década de 60 surgiu e se consolidou um importante movimento de moradores que buscavam, junto aos poderes públicos, a infraestrutura ausente. Rede de água e esgotos, pavimentação, transportes coletivos, iluminação pública e, com destaque – a construção de escolas, foram mudando aquele bairro empoeirado e tão distante, quer do centro de Santo Amaro, o importante distrito industrial da zona sul de São Paulo, quer do centro da própria São Paulo.

Ao iniciar-se a década de 70, esse bairro territorialmente pequeno já possuía uma grande rede de escolas públicas, postos de saúde, ruas pavimentadas, considerável rede de transporte público por ônibus. Mas aí aconteceu a grande explosão populacional. Com a consolidação de loteamentos clandestinos em quase todo seu entorno, somados às ocupações indevidas de áreas públicas para moradia, a qualidade de vida foi diminuindo, a infraestrutura ficando insuficiente e começaram os primeiros sinais de violência.

Como território de divisa entre a miséria das favelas e o conforto reluzente das mansões existentes nos bairros lindeiros em direção ao centro de São Paulo, esse bairro e sua população foram sendo espremidos.

O investimento dos poderes públicos em serviços diretos à população foram diminuindo, e o que existe hoje praticamente em nada difere do que existia a 30 anos atrás.

Hoje as carências se fazem sentir pela falta absoluta de estruturas físicas que possam proporcionar atividades culturais e esportivas a todas as faixas etárias da população.

Não há Bibliotecas Públicas, não há Teatros, não há Cinemas Públicos, não há Piscinas, Quadras Poliesportivas e espaços apropriados para práticas esportivas, recreativas, sociais e culturais.

Uma rede de creches terceirizadas supre, em parte, a necessidade de serviços públicos para atendimento das crianças, mas a maioria das escolas ainda funciona com vários turnos – distante do ideal de turno integral.